domingo, 8 de janeiro de 2012

Panorama das confecções de Minas

Minas Gerais é um dos principais pólos de moda do país – reúne seis mil confecções que, somente no ano passado, faturaram um total de R$ 1,5 bilhão. Mas crescer ainda é um desafio.

Em entrevista ao Diário do Comércio, Michel Aburachid, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindivest-MG), falou sobre o setor e sobre perspectivas futuras. Confira abaixo alguns dos principais pontos abordados:

O perfil da indústria mineira

As seis mil empresas instaladas em Minas Gerais atuam nos setores de moda casual, fashion, masculina, infantil, vestuário profissional e roupas íntimas. A mais forte é a casual, que engloba cerca de 60% das empresas mineiras.

Gerando empregos

As confecções possuem mão-de-obra extensa, característica inerente ao setor: têm grande poder de gerar empregos com baixo investimento. Em Minas, elas são responsáveis por aproximadamente 180 mil postos de trabalho.

Crescimento maior que o nacional

Até setembro o setor de vestuário em Minas Gerais teve crescimento de 5% no volume de negócios em relação a 2010. Em outubro houve uma queda, motivada principalmente pelo temor do consumidor frente à crise mundial. Mas, ainda assim, o crescimento registrado em Minas foi de 1%, em oposição à média nacional de retração de 8%. A estimativa é que o ano feche com resultados equivalentes aos do ano passado.

As conquistas de Minas Gerais

A recente redução da alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) – que determina que o imposto poderá alcançar no máximo 5% – foi uma conquista para o setor. Mas, como explica Michel Aburachid, o sucesso de Minas está ligado a uma série de ações. “Desde 2003, o governo estadual e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) passaram a dar atenção especial para a indústria do vestuário. Apesar de empregar muito, o faturamento do setor é baixo. Éramos vistos de forma diferente. Mas conseguimos mostrar a importância do setor na formação de mão-de-obra, divulgação da cultura, além da movimentação gerada em outros setores. Eventos de moda que ocorrem na cidade movimentam os restaurantes e hotéis, por exemplo. Então o governo começou a entender que, apesar de não recolher tributos diretamente, a indústria da moda ajuda bastante a economia”, conta.

Os problemas

A desvalorização do dólar frente ao real provocou uma redução significativa das exportações. Conseguir crédito também é um desafio. “Os bancos exigem muitas garantias para empréstimos maiores, acima de R$200 mil, e com maior prazo”, afirma Aburachid. E a concorrência com os produtos asiáticos continua sendo o maior entrave: enquanto na China o salário médio é de U$30 e U$40, no Brasil os custos com mão de obra podem ultrapassar U$500. E impedir a entrada dos produtos é uma dificuldade – o governo Lula já chegou ao máximo da alíquota do Imposto de Importação, que é de 35%.

Para o futuro

Para competir com a China, uma das opções apontadas por Aburachid é fazer mais lançamentos durante o ano. “Com isso, pela distância, eles não conseguem nos acompanhar”, afirma. Divulgar o trabalho das confecções é também fundamental: é preciso expor o seu trabalho e faze-lo ser notado. A participação em feiras é importante e é válido investir em outras estratégias – montar lookbooks e sites podem ser boa ideia. A esperança é que em 2012 seja registrado nível de crescimento de pelo menos 5%.

Fonte Encontro da Moda

Nenhum comentário: